Home » » A forma certa de incluir

A forma certa de incluir


Incluir sem impor, este talvez seja um dos maiores desafios dos órgãos responsáveis por incluir na sociedade pessoas com deficiência. Entre os locais onde é necessário se fazer a inserção dessas pessoas está a escola. Mas até que ponto uma pessoa com deficiência tem capacidade para frequentar o ensino regular? Será que isso é realmente o melhor para ela? Para entender melhor esse universo a Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) está em discussão com o Conselho Estadual de Educação.

O objetivo das reuniões é regulação do sistema de Educação Especial de Santa Catarina. “O nosso trabalho consiste em modificar uma prática curricular, através de uma nova metodologia de ensino que é o Currículo Funcional Natural” explica Daniele Cristina Zanella, assessora de educação e ação pedagógica da Federação das Apaes de Santa Catarina.

Durante os debates, segundo Daniele, as Apaes vêm defendendo que a inclusão não tem como servir para todas as crianças, já que as que possui uma deficiência mais severa não têm condições de estarem incluídas no ensino regular. A intenção da Federação é de que “ela possa ter o direito de frequentar uma escola especial, que é mantida hoje pelas Apaes, e que essa condição possa ter tudo o que ela necessita na área da saúde, da assistência social, da educação, atendida neste espaço que a Apae oferece”, explana. Hoje no estado as Apaes não são consideradas escolas e é essa a meta que a Federação vem buscando junto ao Conselho Estadual de Educação. 

“A gente precisa parar para conhecer, refletir o que aquela pessoa necessita e adaptar o espaço. É o espaço que não está preparado para atender essa pessoa, porque que ela tem uma condição humana diferente então a gente tem que atendê-la nessa necessidade”, fala ainda Daniele sobre a importância da sociedade se adaptar aos especiais.

A diretora da escola Unidavi, Angela Rutzen, concorda com a necessidade de manter e regularizar as escolas especiais, já que a unidade em que ela coordena conta hoje com um estudante com deficiência que precisa também frequentar a Apae. “A gente sabe que sozinho, a escola mesmo com seu trabalho, com seu fazer, com atenção, com carinho, com um olhar específico para essa deficiência dessa criança, nós não conseguimos fazer esse trabalho. Então quando essa criança veio para a nossa escola a gente sugeriu que ela continuasse fazendo todo o acompanhamento na Apae. Essa criança vem para a escola regular à tarde e na parte da manhã, duas a três vezes por semana ela ainda frequenta toda a estrutura da Apae com aqueles estímulos específicos que ela necessita”, conta. 


O tema foi discutido durante a Mostra Inclusão em Foco, realizada entre os dias 29 e 30 de setembro no Centro Universitário do Alto Vale do Itajaí. No evento também aconteceram apresentações, oficinas, atividades, serviços e projetos das entidades do município, a fim de divulgar as diversas formas de atendimento à pessoa com deficiência. 
SHARE

About Anônimo