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Conversa aponta desafios da inclusão em Rio do Sul





Com objetivo de levar conhecimento e debater a inclusão em Rio do Sul foi realizado a Mostra Inclusão em Foco no Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí (Unidavi) na sexta-feira (30) das 9h às 20h. O evento contou com a presença da comunidade, pais e professores e quem tem necessidades especiais.

Na sala 106, o debate foi com os pais de filhos com necessidades especiais. A roda de conversa contou com os mediadores, professora Ana Paula Leão e Otávio Tambosi .

- A ideia é ter uma conversa informal e prazerosa sobre os filhos, as angústias que eles nos causam, medos e temores, mas também as alegrias e desafios de cada dia, direciona a psicóloga Ana Paula.

Tambosi sofreu acidente aos 21 anos. usa cadeira de rodas para se movimentar. Mas nem por isso desistiu da vida. Formou-se em Direito, presidiu o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Rio do Sul. Atuou como assessor jurídico e advogado. Para ele a vontade supera as limitações.

- Virei cadeirante. Tenho quatro rodinhas. Nunca deixei de fazer nada do que queria por ser cadeirante. O que impede a pessoa é a vontade. O dito deficiente é uma pessoa que tem limitações diferente de ti, mas você pode ter limitações que ele não tem. Temos que ser tratados no tamanho de nossas desigualdades.

45 milhões de brasileiros possuem deficiência. Os dados são do Censo 2010 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A deficiência visual desponta com a maior incidência com cerca de 6,5 milhões de pessoas.

- Para quem não precisa de semáforo sonoro é absolutamente inútil, mas para um cego é essencial, explica Tambosi

Mesmo com algumas modificações nas calçadas, Rio do Sul caminha a passos lentos quando o assunto é acessibilidade. Postes e obras irregulares interrompem a locomoção de quem anda na cadeira de roda.

- Minha cadeira tem 60 cm, motorizada uma das mais modernas. Uma cadeira normal tem mais de 80 cm. No centro da cidade tem rampa de 50 cm e para subir tem que pegar embalo. As rampas continuam uma porcaria, o acesso a mesma coisa. As calçadas são uma tortura, não pode ter degrau e
estar fora de nível, desabafa Tambosi

Na conversa, pais falaram das dificuldades dos filhos na educação. A falta de profissionais qualificados e com habilitação em Libras – a língua de sinais foi a principal reclamação.

- Ninguém quer se responsabilizar, esse problema não é meu e assim vai sendo passado pra frente. Às vezes por desconhecimento ou preconceito, diz a professora Ana Paula.
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